Arquivo do dia: 20/05/2011

Expedição Jacaré Pepira – Edição 2011

Conhecer mais sobre as características ambientais do Rio Jacaré Pepira tem sido o principal objetivo da Expedição Jacaré Pepira, projeto este que acontece a cada dois anos desde 2007. A edição de 2011, esta planejada para ser realizada durante todo o ano, com ações que vão além dos levantamentos de campo em buscar informações e dados colhidos in loco das condições e situações ambientais do próprio Rio Jacaré Pepira, também tem levantado informações sobre alguns dos seus principais afluentes, o projeto também busca o conhecimento e as afetividades das comunidades abrangentes pelo Jacaré Pepira, resgatando costumes, histórias e condições ambientais marcantes em décadas anteriores com o objetivo de deixar registros para outras gerações e buscar articulações para fortalecer diretriz e políticas ambientais em torno da Bacia Hidrográfica do Rio Jacaré Pepira Mirim.

Em 2011, o acompanhamento do leito do Jacaré Pepira teve sua primeira etapa em 30 de abril e a segunda em 13 e 14 de maio de 2011, onde grupos de pesquisadores puderam fazer levantamentos em busca de vestígios de animais silvestres, identificação florística, identificação dos usos das águas e margens do Jacaré Pepira, análises da qualidade da água e medição de largura e profundidade do leito do Jacaré nos pontos aonde chegam os afluentes pesquisados nesta edição 2011, sendo: Rio do Peixe; Ribeirão do Bebedouro; Ribeirão do Dourado; Ribeirão da Figueira; Ribeirão da Bocaina e Ribeirão do Curralinho.

Entre os resultados preliminares, observou-se que a maioria das medições de profundidade e largura do Jacaré Pepira antes e depois da chegada de um afluente há diferenças de profundidade para menos a jusante (abaixo), ressaltando indícios de processo de assoreamento vindos desses afluentes. Buscando mais informações, observa-se que o tipo de uso do solo agrícola dessas micro-bacias hidrográficas tem sido usado com outras culturas onde o solo fica mais tempo exposto e/ou remexido com mais intensidade.

Quanto à qualidade das águas, observou-se nas análises realizadas em 30 de abril, que as águas do Rio Jacaré são de boa qualidade, mantendo os mesmos resultados em todo o trecho percorrido. Quanto à flora identificada, trabalho complementar ao das expedições anteriores, observou-se que a variedade de espécies são muitas e que há condições positivas para todo o processo reprodutivo das plantas. Como aspecto negativo, observou-se que ainda há uma perda considerável da vegetação das margens por conta do desmoronamento dos barrancos, sendo conseqüência do processo de assoreamento. Podemos citar algumas espécies identificas: Jatobá, Ingá, Canelinha, Figueira Branca, Canela de Frango, Arranha Gato.

A equipe de biólogos da Expedição Jacaré Pepira pôde observar através de vestígios alguns animais considerados importantes dentro da cadeia alimentar, por serem sensíveis e necessitarem de condições ambientais de mata e água em abundância, de boa qualidade e preservadas, como a paca, a onça parda e lobo guará. Outros animais mais comuns também puderam ser identificados como a capivara, tatu-galinha e muitas aves.

Também foram avistadas muitas pessoas na barranca do Jacaré Pepira em momentos de lazer, na sua grande maioria em pescarias com varas. Durante a rápida pesquisa realizada com os pescadores, a equipe ouviu relatos de uma diminuição significativa no volume e no tamanho dos peixes que estão sendo encontrados no rio. Entre as espécies mais pescadas estão o lambari, Paipara, Piava, Corimba e o bagre. Muitos dos pescadores têm praticado a pesca esportiva (pescar e soltar). A equipe não encontrou nenhum pescador com redes ou tarrafas, nem esses equipamentos de pesca nas margens do rio.

Este projeto é foi realizado por:

ONG Movimento Rio Vivo e Prefeitura de Bocaina

Em parceria com:

FATEC – Jau; Instituto Biológico de São Paulo;

Fundação Florestal;

Conselho Gestor APA Corumbataí;

Prefeitura de Brotas;

Prefeitura de Ibitinga;

Prefeitura de Torrinha;

Corpo de Bombeiros;

Ponto de Cultura de Itirapina;

Ponto de Cultura de Torrinha;

Secretaria Estadual de Meio Ambiente – Coordenadoria de Biodiversidade e Recursos Naturais.

Contando com o apoio de:

Gaia Energia;

Areia que Canta;

Fazenda Tamanduá;

Ecoação – Agencia de Turismo e Aventura.